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Criador do Bitcoin alerta sobre riscos legais na blockchain

Nick Szabo, uma figura importante no mundo das criptomoedas e conhecido como um dos “pais” do Bitcoin, voltou a chamar a atenção para os riscos legais e morais que envolvem a inserção de conteúdos variados na blockchain. Em uma postagem recente, Szabo destacou que as blockchains que permitem qualquer tipo de informação, além das transações financeiras, se tornam consideravelmente mais arriscadas.

Ele explicou que operar um em uma rede que não oferece a possibilidade de excluir conteúdos indesejados pode trazer problemas maiores do que em serviços tradicionais de dados, onde existe um controle sobre o que é coletado e apresentado.

Os Desafios dos Dados Arbitrários

Szabo mencionou que os tipos de dados que podem ser armazenados em blockchains são variados e cada um traz sua própria série de desafios legais. Ele citou desde materiais ilegais, como CSAM, até informações protegidas por direitos autorais e segredos comerciais. Cada uma dessas categorias é tratada de forma bem diferente pela lei e pela moral, e isso varia muito entre os diversos países onde as blockchains operam.

Além disso, Szabo observou que a reação de governos a certos conteúdos deve ser cautelosa, pois isso não garante que a resposta será a mesma em outras situações, mesmo dentro do mesmo país. Para ele, blockchains que inibem o armazenamento de conteúdo aleatório, através de taxações ou regras de formatação, são bem menos arriscadas.

Essas reflexões acendem um debate que já existe há algum tempo na comunidade Bitcoin sobre o uso da blockchain para finalidades que não são exclusivamente financeiras. Isso se intensificou com o surgimento de protocolos como o OP_RETURN, que permitem armazenar dados, imagens e tokens.

Um Retorno Marcante

Szabo, considerado uma lenda no setor de criptomoedas, voltou a participar das discussões online recentemente, após um longo período afastado das redes. Seu regresso coincidiu com a polêmica a respeito da atualização do Bitcoin Core para a versão 30, que trouxe à tona questões sobre a capacidade de armazenar mais dados na blockchain.

Ele criticou essa ampliação, dizendo que isso eleva os riscos jurídicos e morais para quem opera nós, que poderiam acabar armazenando conteúdos ilícitos devido à falta de controle. Em contraposição, os mineradores têm a capacidade de filtrar transações por meio de taxas, o que lhes permite evitar problemas.

Szabo também se manifestou de forma negativa sobre as chamadas “shitcoins”, que são tokens sem propósito claro e que desviam a atenção da função principal do Bitcoin. Para ele, é essencial manter a rede focada na sua função monetária e na segurança do protocolo, reafirmando seu papel como guardião ideológico do Bitcoin e incentivando prudência entre os desenvolvedores e entusiastas do setor.

No ano passado, Szabo também foi mencionado em um documentário como Satoshi Nakamoto, o nome atribuído ao criador do Bitcoin, o que apenas reforça sua relevância na história das criptomoedas.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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